POR: FIEB
Programa tem como expectativa atender 1,2 mil micro, pequenas e médias empresas nos próximos quatro anos
Lançamento na Bahia do Novo Brasil Mais Produtivo Fotos:Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB
Até o final do ano, empresas baianas de micro, pequeno e médio portes do setor industrial poderão se inscrever no programa Novo Brasil Mais Produtivo, lançado em Salvador, na manhã desta quinta-feira, 7.03, no Centro de Eventos do SENAI Cimatec. A expectativa é chegar a um total de 1200, apenas na Bahia, até 2027. O programa prevê destinar, nos próximos quatro anos, R$ 2 bilhões para investir na melhoria da produtividade das micro, pequenas e médias (MPME) empresas nacionais.
Lançado em novembro do ano passado, o programa é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em uma parceria inédita entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).
NEOINDUSTRIALIZAÇÃO
Na indústria, a retomada do Programa Brasil Mais Produtivo está associada ao movimento da neoindustrialização, proposto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo MDIC. O objetivo é trabalhar para assegurar a retomada do processo de modernização e evolução da indústria, enfatizando inovação, compromisso ambiental e integração com cadeias produtivas internacionais.
O Brasil Mais Produtivo, que esteve em operação entre 2016 e 2018, foi retomado em 2021-2022, como Brasil Mais, e agora chega em um novo contexto, ao incluir a capacitação empresarial no processo de consultoria. O apoio inédito do SENAI, que será encarregado da capacitação, de um lado, e consultoria técnica em inovação, destacam-se como diferenciais.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos chamou a atenção para a importância da atual fase do programa de captação das empresas. Ele conclamou todos os parceiros a somarem esforços, incluindo o setor público, representado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, presente à solenidade.
“Nosso papel é tornar este programa desafiador e atraente para que as empresas permaneçam nele e conquistem a melhoria de produtividade”, destacou. O presidente da FIEB ressaltou que sempre indagou por que os recursos do Sistema S, que são oriundos das empresas, não podiam ser revertidos para a melhoria de desempenho do setor. Ele aponta a chegada de Ricardo Alban à CNI e a reconstrução do Ministério da Indústria e Comércio tornaram esta demanda uma realidade com o Brasil Mais Produtivo.
INSCRIÇÕES
As empresas interessadas em se capacitar podem fazer sua inscrição no https://brasilmaisprodutivo.mdic.gov.br. O cadastro é espontâneo e as que se inscreverem mais cedo terão mais chances de entrarem para o programa. Passos destaca: “No programa anterior a Bahia atendeu um total de 200 empresas, neste agora a previsão é de 200 por ano”.
Representando o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Ba), Tércio Calmon, coordenador de Indústria da entidade, lembrou que qualquer empresa do país pode acessar a plataforma e participar, mas ressaltou que neste momento, há um foco nas indústrias. “A gente entende que essa transformação precisa vir de base da indústria, para que a gente consiga alcançar, principalmente, o aumento de produtividade e eficiência energética. E tem um outro fator que é a questão da aproximação com o ambiente da indústria 4.0, da transformação digital das indústrias”, completou.
CASES
Durante o lançamento, empresários que participaram do piloto do Brasil Mais Produtivo fizeram apresentação dos resultados obtidos. O gerente executivo do SENAI Cimatec, Flávio Marinho, destacou que seis projetos pilotos já rodaram, no final do ano passado, com resultados animadores. A indústria Telamix, que se enquadra no perfil de microempresa, localizada em Lauro de Freitas, obteve ganhos de 20% de produtividade em três meses. Já a pequena empresa Biscoitos Itália, de Feira de Santana, obteve 21,3% em ganhos de produtividade, em seis meses.
Marinho pontuou que nesta edição do Brasil Mais Produtivo a Bahia fez uma contribuição inédita quanto à forma de atuar que alia teoria e prática e prevê, na capacitação em produtividade, o uso da metodologia da fábrica modelo.
O evento contou com a presença de representantes dos sindicatos da indústria empresários e convidados. Confira abaixo o depoimento dos empresários Geraldo Pires e Maurício Lassmann que participaram do projeto piloto.